19.11.10

Primeira leitura.



Usei essa spread de cinco cartas.

Bizarramente ouvi dois conselhos opostos: que não se deve jogar tarô pra si mesmo porque é necessária uma visão imparcial da situação e que as primeiras leituras devem ser feitas para o próprio leitor para que ele aprenda a interpretar as cartas conectando-as com a própria vida. Resolvi seguir o último. As cartas do passado e do presente até que fazem sentido, mas a do motivo só o fez com a interpretação desse site. Não entendi direito a carta do potencial até agora: aparentemente, eu vou me tornar uma intelectual lógica e eloquente.

Acho que quer dizer “larga essas cartas e vai estudar, porra”.

13.6.10

A quinta dimensão.

A teoria das cordas é a corrente científica que procura definir todas as dimensões no universo. Além das tradicionais largura, comprimento e profundidade, há a dimensão que engloba todas as formas que um corpo tem, teve e terá ao longo do tempo - é a quarta. O conjunto de todos os estados que o objeto não só tem no tempo, como teria ou poderia ter tido caso certos eventos ocorressem é denominado quinta dimensão.


Ela permaneceu no aeroporto, observando os aviões ao sol. Talvez também pudesse ter ganhado uma bolsa em Harvard. Alguns professores diziam que era inteligente, mas nunca se destacara como aluna. Talvez porque não tivesse paciência para se dedicar à escola. Ou porque nunca encontrara uma matéria de interesse. Ou simplesmente por azar. Quando se deu conta, batucava uma música com as unhas no braço sofá onde estava sentada.

Batucar as unhas! Um dos pequenos e mais notáveis vícios dele. Era irritante e ela viva reclamando disso, então por que o acabara copiando?

Um pequeno sinal de que sentiria a falta do amigo?

Desejara-lhe sorte. Mas o que era a sorte? Que tudo seguisse conforme os planos dele - terminar a faculdade, tornar-se um físico de sucesso e ser feliz do outro lado do oceano? Que tivesse ótimas memórias dos Estados Unidos, mas não se adaptasse ao american way of life e voltasse para a Alemanha ao fim do curso? Ou - e como ela odiava pensar nessa perspectiva - que odiasse Harvard, que odiasse os americanos, que se arrependesse de sequer ter pensado em estudar fora e voltasse o mais rápido possível para Berlim, para ela?

As possibilidades eram infinitas. Encontrar uma favorita era inútil; simplesmente esperaria a que viesse. Mas que viesse logo.

O avião dele partia e a clarividência já vinha. Ela não podia prever o futuro, mas tentaria não só fazê-lo como também ver todo o presente. A onisciência por especulação. Tentaria imaginar onde ele estava, como ele estava, o que estaria pensando, o que acontecia à sua volta, enfim, uma série de detalhes ínfimos que acabariam por decidir se ele voltaria para casa. Se conseguisse listar todas as perspectivas, uma delas haveria de estar certa.

Sentiria - já sentia - a sua falta, e só se dera conta disso ali, no aeroporto. Ele que estava sempre ali, estável, no mesmíssimo lugar, agora se fora. Era uma sensação tão estranha ver que ele não estava mais sempre perto. Um vazio? Não era seu melhor amigo, mas com certeza o mais fiel. A seguia onde quer que fosse, ouvia todas as suas mazelas, o único a dispensar o apelido e chamá-la de Annelise. Um amigo e fã que por vezes até beirava o cômico.

Podia ser como nos filmes. Ela se arrependeria de não ter-lhe dado todo o carinho e atenção que ele merecia, em todos os anos em que se conheciam. O amava, e só teria percebido isso depois que ele foi embora. Iria urgentemente até o guichê de uma das companhias aéreas do aeroporto, e descobriria que o vôo mais próximo para a América partiria em três minutos. Compraria as últimas passagens, correria até o avião e viajaria no mesmo dia em busca de seu amor.

Podia ser assim. Mas não era.

Se ele resolvesse voltar seria exatamente como antes - ele como seu fiel escudeiro. Talvez o daria mais atenção após tê-lo quase perdido, mas ele continuava significando o mesmo para ela: um amigo querido.

Sim, sentiria a falta dele. Todas as pessoas vinham e iam e voltavam, mas ele era o único que sempre permanecia. E agora que ele também foi? Talvez sentisse mais falta ainda de sua presença irritante e estável. Então ela era tão nojenta a ponto de precisar de um adorador eterno? Era tão egoísta e até mesmo invejosa a ponto de ficar feliz se seu sonho fracassasse? Ela era uma completa babaca!

A culpa a corroía, mas ela ainda olhava o céu. Babacas não sentem culpa, sentem? E ele não era somente um adorador, era o Alfred, não é?

Mas não valia a pena se questionar tanto se o que ela pensava não valia nada. Não importava se era a nojenta, se realmente torcia pelo sucesso dele tão longe ou ambos: a opinião dela não mudaria seu destino, e isso era libertador. Ele já se fora; a sorte já tinha sido lançada.

Acendeu um cigarro e voltou pra casa.

xxx


Acho que o melhor texto completo que eu já escrevi. *-* Estranho como a gente associa as coisas que a gente escreve a aleatoriedades como... Lady GaGa (fiquei com Alejandro na cabeça por séculos por causa do Don't wanna kiss, don't wanna touch, just smoke my cigarette and run o_o). E começo a perceber que tenho mania de personagens drogados: a Annelise, a Lily fumante em Truce e o Thomas Hale que vira o copo de whisky por desilusão em Senzafine, o livro que escrevo há 3 anos e SIM, tô com um puta writer's block pra continuar. @_@

Também odiei o layout novo, mas tô sem paciência pra fazer um melhor agora. Pelo menos depois da tensão pré-Exame de Qualificação UERJ provavelmente vou ter mais tempo (depois de me FUCKING MATAR DE ESTUDO E ESTRESSE pelo menos eu tirei 46. ô/)

Mas ainda tem o Exame Discursivo. E o Enem. E a prova da UFRJ. E a da UFF.

Vou ter que reviver pra me matar de novo. D:

15.5.10

frankly, my dear, I don't give a damn.

Há um prazer sádico e inútil em tratar você, completamente indiferente à minha pessoa, como se fosse parte da parede. Principalmente porque não sou completamente indiferente à sua pessoa. Ainda não decidi o que sinto, contudo; há um pouco de nojo, por você ser uma boa pessoa, mas podre e largada aos vermes. Talvez o cadáver do ano morto e não sepultado. Mas, confesso, há um pouco da ternura velha. Não gosto de você tanto quanto antes, mas ainda é mais do que deveria - e do que você merece.

E continuamos assim a guerra muda. Você, infelizmente, está vencendo: ainda não notou a minha frieza que beira a falta de educação. Não quero que sinta saudades de mim, pelamordedeus. Quero que olhe para o lado e veja que não estou mais lá. Que tem alguém faltando - sou eu, que não corro mais pateticamente atrás de você. E se pergunte o porquê.

Se quero que se arrependa e passe a correr pateticamente atrás de mim? Tanto faz. Se fosse há um mês atrás teria aquele final clichê, sim, mas agora já era. Não é tentativa de esconder o resto moribundo de ternura (que você "não fazia questão nenhuma", haha), você não serve mais pra mim.


I

Só que eu sou sádica. E vingativa. E você estragou um período longo demais da minha vida pra ser esquecido assim, fácil. É por isso que fiquei tão feliz quando descobri que você não pegou quem queria. Está cada vez mais decadente. Continuará seguindo esse caminho e será reprovado - talvez a primeira vez em alguns anos (ah, você sabe quantos!) com que você realmente se importe. E ninguém vai te avisar disso. Não quero que você se foda; quero que você se foda por que EU não estava lá.


II

Talvez se corresse seria ainda pior. Um epílogo feliz ainda é a continuação de uma história, ainda é parte dela. E não quero continuar o ano passado, nem mesmo para consertá-lo. Até porque não há como: ele morreu. Seu velório foi adiantado, é verdade, mas agora ele realmente se foi.

(...e talvez eu te ignore justamente para não cair de novo no que acabou)

A melhor prova disso é o corredor. O corredor está mais longo agora. Mas ainda não é suficiente, preciso sepultar o inferno astral. Porque eu vivo.


xxx

Texto antigo, escrito em março e abril deste ano. Sim, são dois finais alternativos.
Queria ter mais tempo e menos preguiça de escrever aqui, mesmo. x.x

E por que raios o blogspot não quer upar a imagem do cabeçalho? o.õ

6.3.10

A explicação para todos os meus momentos 'derp'.

Imaginem que trocaram seus óculos por um caleidoscópio. Bem-vindo à minha mente.